Produtividade acadêmica stricto sensu no Nordeste do Brasil sob o recorte de gênero

##plugins.themes.bootstrap3.article.sidebar##

Abstract

Objetivou-se verificar a produtividade de docentes inseridos/as em programas de pós-graduação stricto sensu, da região Nordeste do Brasil, sob o recorte de gênero. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, de abordagem quantitativa, com coleta de dados realizada nos meses de março a outubro de 2020, via acesso à Plataforma Lattes de 31 docentes do sexo feminino que gozaram licença maternidade, 264 docentes do sexo feminino sem licença maternidade e 339 docentes do sexo masculino, inseridos/as em programas stricto sensu no quadriênio 2017 a 2020. Pode-se observar que as docentes mulheres sem licença maternidade e aquelas com licença maternidade possuem uma média de produtividade acadêmica maior que docentes do sexo masculino, com 63,95, 58,64 e 51,90 respectivamente. Todavia, mesmo com menor produção, verifica-se que docentes homens lideram em quase todas as áreas do conhecimento, com destaque para Engenharias (84,61%). Quando se comparam as docentes que usufruíram de licença maternidade com as que não usufruíram, observa-se redução significativa da produtividade daquelas que gozaram deste direito. Conclui-se que ainda há desigualdade de gênero no ambiente acadêmico/científico e que a maternidade traz consigo impactos na carreira da mulher docente, propiciando declínio de produtividade após o nascimento da criança.

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Autores
Biografia
Referências

ALMEIDA, S.; PEREDA, P.; FERREIRA, R. Custos da ampliação da licença-paternidade no Brasil. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 33, p. 495-516, 2016.

ANDRADE, R. O. Maternidade no currículo. Pesquisa Fapesp, Rio Grande do Sul, v. 269, p. 87-90, jul., 2018.

ARAÚJO, C. A. O impacto da maternidade na carreira da mulher. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Gestão Estratégica e Econômica de Recursos Humanos) – Programa FGV Management, São Paulo, 2017.

ATAIDE, P. C.; NUNES, I. M. L. Feminização da profissão docente: as representações das professoras sobre a relação entre ser mulher e ser professora do ensino fundamental. Revista Educação e Emancipação, São Luís, v. 9, n. 1, jan./jun., 2016.

BACKES, V. P.; THOMAZ, J. R.; SILVA, F. F. Mulheres docentes no ensino superior: problematizando questões de gênero na Universidade Federal do Pampa. Cadernos de Educação, Tecnologia e Sociedade, Inhumas, v. 9, n. 2, p. 166-181, 2016.

BARONE, C. Some things never change: gender segregation in higher education across eight nations and three decades. Sociology of Education, v. 84, n. 2, p. 157-176, mar., 2011.

BARRETO, A. A mulher no ensino superior: distribuição e representatividade. Cadernos do Grupo Estratégico de Análise da Educação Superior no Brasil, Rio de Janeiro, n. 6, jul./dez., 2014.

BARROS, S. C. V.; MOURÃO, L. Panorama da participação feminina na educação superior, no mercado de trabalho e na sociedade. Psicologia e Sociedade, v. 30, 2018.

BORSA, J. C.; NUNES, M. L.T. Aspectos psicossociais da parentalidade: o papel de homens e mulheres na família nuclear. Psicologia Argumento, Curitiba, v. 29, n. 64, p. 31-39, jan./mar., 2011.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Resolução 466/2012. 2012. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf. Acesso em: 17 jun. 2020.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Resolução 510/2016. 2016a. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf. Acesso em: 17 jun. 2020.

BRASIL. Lei nº 13.257, de 8 de Março de 2016. Dispõe sobre as políticas públicas para a primeira infância e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, e a Lei nº 12.662, de 5 de junho de 2012. Brasília, 2016b.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNAB contínua: Outras formas de trabalho 2018. Brasília: IBGE, 2018. Disponível em: https://static.poder360.com.br/2020/05/relatorio-ibge-outras-formas-de-trabalho-2018.pdf. Acesso em: 13 mai. 2020.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da Educação Superior 2018: Notas estatísticas. 2019a. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2019/censo_da_educacao_superior_2018-notas_estatisticas.pdf. Acesso em: 16 jun. 2020.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNAB Contínua - 2018: Diferença do rendimento do trabalho de mulheres e homens nos grupos ocupacionais. IBGE, 2019b Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge /arquivos/694dba51d3592761fcbf9e1a55d157d9.pdf. Acesso em:14 mai. 2021.

BRASIL. Plataforma Lattes. 2020. Disponível em: https://lattes.cnpq.br/. Acesso em: 26 maio 2023.

BRASIL. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. CNPq anuncia inclusão do campo licença-maternidade no Currículo Lattes. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/cnpq/pt-br/assuntos/noticias/cnpq-em-acao/cnpq-anuncia-inclusao-do-campo-licenca-maternidade-no-curriculo-lattes. Acesso em: 02 mai. 2021.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Divulga estudo atualizado da participação das mulheres na Educação Superior brasileira. 2007. Disponível em: http://inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/inep-divulga-estudo-atualizado-da-participacao-das-mulheres-na-educacao-superior-brasileira/21206. Acesso em: 16 jun. 2020.

BRILHANTE, A.V.M.; SILVA, J. G.; VIEIRA, L. J. E. S.; BARROS, N. F.; CATRIB, A. N. F. Construção do estereótipo do “macho nordestino” nas letras de forró no Nordeste brasileiro. Dossiê: Gênero, Saúde, Corporeidades. Interface, v. 22, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-57622016.0286. Acesso em: 15 junho. 2021.

BRITO, A. G. C.; QUONIAM, L.; MENA-CHALCO, J. P. Exploração da Plataforma Lattes por assunto: proposta de metodologia. TransInformação, Campinas, v. 28, n. 1, p. 77-86, jan./abr., 2016.

BROOKS, C.; FENTON, E. M.; WALKER, J. T. Gender and the evaluation of research. Research Policy, Amsterdã, v. 43, n. 6, p. 990-1001, 2014.

CAMPOS, M. L. Feminismo e movimentos de mulheres no contexto Brasileiro: a constituição de identidades coletivas e a busca de incidência nas políticas públicas. Revista Sociais & Humanas, Santa Maria, v. 30, n. 2, 2017.

CHARLES, M.; BRADLEY, K. Equal but separate? a cross-national study of sex segregation in higher education. American Sociological Review, v. 67, n. 4, p. 573-599, 2002.

COSTA, A. A. Gênero, poder e empoderamento das mulheres. A Química das Mulheres, Salvador, p. 20-21, mar., 2004.

CRISPIN, A. L. Trabalho e gênero: análise da feminização e feminilização na docência do ensino superior na universidade do extremo sul catarinense. 2015. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Socioeconômico) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Santa Catarina, 2015.

EDUCA MAIS BRASIL. Setenta e dois por cento dos artigos científicos publicados no Brasil são assinados por mulheres, diz pesquisa. 2019. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/72-dos-artigos-cientificos-publicados-no-brasil-sao-assinados-por-mulheres-diz-pesquisa. Acesso em: 05 mai. 2021.

FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO. Amostragem não probabilística: adequação de situações para uso e limitações de amostras por conveniência, julgamento e quotas. Administração Online, São Paulo, v. 2, n. 3, jul./set., 2001.

HEWLETT, S. A. Executive woman and the myth of having it all. Harvard Bussiness Review, v. 1, n.10, 2002.

IVO, A. A.; FERREIRA, C. F. Maternidade e produção científica: análise dos editais de fomento à pesquisa nas Universidades Públicas do Rio Grande do Sul. Revista Diversidade e Educação, Rio Grande, v. 7, n. especial, p. 165-182, 2019.

JABLONSKI, B. A Divisão de Tarefas Domésticas entre Homens e Mulheres no Cotidiano do Casamento. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 30, n. 2, p. 262-275, 2010.

LANDERDAHL, M. C.; VIEIRA, L. B.; CORTES, L. F.; PADOIN, S. M. M. Processo de empoderamento feminino mediado pela qualificação para o trabalho na construção civil. Revista Escola Anna Nery, v. 17, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-81452013000200015. Acesso em: 10 maio. 2021

LAUXEN, S.L.; FRANCO, M.E.D.P.F. Universidade e formação para a pesquisa: movimentos e desafios que se colocam. In: CONGRESS OF THE LATIN AMERICAN STUDIES ASSOCIATION, 35, 2017, Lima. Anais […]. Lima: Lasa, 2017. Disponível em: https://lasa.international.pitt.edu/auth. Acesso em: 03 maio 2021.

MIRANDA, J. J. de; TIMO, A. L. R.; BELO, F. R. R. Crítica à Teoria da Maternidade em Winnicott: é Preciso ser Mulher para cuidar de Crianças? Psicologia: Ciência e Profissão, v. 39, 2019.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Igualdade de gênero e raça no trabalho: avanços e desafios/Organização Internacional do Trabalho. Brasília: OIT, 2010.

PARENT IN SCIENCE. Um estudo detalhado sobre o impacto da maternidade na carreira científica das mulheres brasileiras. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE MATERNIDADE E CIÊNCIA, 1, 2018. Rio Grande do Sul. Anais [...]. Rio Grande do Sul: UFRGS, 2018. Disponível em: https://www.ufrgs.br/humanista/wp-content/uploads/2018/07/Parent-in-Science_principais_dados.pdf. Acesso em: 03 mai. 2021.

PEREIRA, R.S; SANTOS, D.A; BORGES, W. A mulher no mercado de trabalho. In: JORNADA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS, 2, 2015, São Luiz. Anais eletrônicos [...]. São Luiz: UFMA, 2015. Disponível em: http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppII/pagina_PGPP/Trabalhos/EixoTematicoD/321waleska_Rosangela_Danielle.pdf. Acesso em: 14 jun. 2020.

RICE, L.; BARTH, J. M. Hiring decisions: the effect of evaluator gender and gender stereotype characteristics on the evaluation of job applicants. Gender Issues, v. 33, n. 1, p. 1-21, 2016.

SILVA, F. F. Conciliando identidades: mulher, mãe, esposa cientista. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO, 10, 2013, Florianópolis. Anais eletrônicos [...]. Florianópolis: UFSC, 2013. Disponível em: http://www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1384792028_ARQUIVO_FabianeFerreiradaSilva.pdf. Acesso em: 14 jun. 2020.

SILVA, J. P. A.; DO CARMO, V. M.; RAMOS, G. B. J. R. As quatro ondas do feminismo: lutas e conquistas. Revista de Direitos Humanos em Perspectiva, v. 7, n. 1, p. 101-122, 2021.

SOUZA, L. P.; GUEDES, D. R. A desigual divisão sexual do trabalho: um olhar sobre a última década. Estudos Avançados, São Paulo, v. 30, n. 87, 2016.

SOUZA, L. R.; RIOS-NETO, E. L.; QUEIROZ, B. L. A relação entre parturição e trabalho feminino no Brasil. Revista Brasileira de Estatística Populacional, v. 28, n. 1, p. 57-79, 2011.

REIS, E.A..; REIS I.A. Análise Descritiva de Dados. Minas Gerais: UFMG. 2020. Disponível em: www.est.ufmg.b. Acesso em: 04 de jun. 2021.

TAVARES, A. S.; PARENTE, T. G. Gênero e carreira científica: um estudo a partir dos dados das Universidades Federais da Região Norte do Brasil. Revista Artemis, v. 10, ago./dez., p. 66-75, 2015.

THELWALL, M. Do females create higher impact research? Scopus citations and Mendeley readers for articles from five countries. Journal of Informetrics, Amsterdã, v. 12, p. 1031-1041, 2018.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##


How to Cite

GONÇALVES CAÇULA, S.; CRUZ NETO, J. .; DE OLIVEIRA SILVA, M. M. .; DE CASTRO MAGALHÃES, B.; ALENCAR ALBUQUERQUE, G. Produtividade acadêmica stricto sensu no Nordeste do Brasil sob o recorte de gênero. Brazilian Journal of Graduate Studies, [S. l.], v. 18, n. especial, p. 1–23, 2023. DOI: 10.21713/rbpg.v18iespecial.1914. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/1914. Acesso em: 23 nov. 2024.