CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DOS NUTRICIONISTAS SOBRE CUIDADO EM SAÚDE desafios da construção de um trabalho em rede

##plugins.themes.bootstrap3.article.sidebar##

Resumo

Introdução: o nutricionista é o profissional que visa garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada, tema fundamental no Sistema Único de Saúde (SUS). Método: realizou-se uma pesquisa qualitativa com nove nutricionistas da Secretaria Municipal de Saúde de Santos – São Paulo, com o propósito de conhecer suas concepções e práticas sobre integralidade em saúde e cuidado em rede. As entrevistas foram categorizadas pela Análise de Conteúdo temática. Resultados: os participantes da pesquisa representam a maioria dos profissionais nutricionistas atuantes na cidade (9 do total de 11 profissionais). Observou-se que os nutricionistas desenvolvem trabalho isoladamente, com pouca comunicação com pares. A maioria afirmou não teve formação adequada na graduação sobre SUS, Nutrição Social e pouco sobre PNAN. Destacou-se o sofrimento implícito nas suas falas e baixa valorização da categoria. Conclusão: conclui-se que há questões de formação, dificuldades de construção de ações integrais de cuidado e, além disso, ressaltaram a necessidade de espaços de encontro e formação. A pesquisa serviu de base para a proposição da Educação Permanente em Saúde como estratégia formação contínua, reflexão e de apoio, visando colaborar com o fortalecimento das ações intra e interprofissionais.

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Autores
  • Vivian Lemos Lopes De Cicco UNIFESP - BS
Biografia
Vivian Lemos Lopes De Cicco, UNIFESP - BS

Nutricionista na SMS - Santos. São Paulo. 

Mestre em Ensino em Ciências da Saúde pela UNIFESP. Universidade Federal de São Paulo. Campus Baixada Santista.

 

Karina Franco Zihlmann, UNIFESP

Psicóloga, Psicanalista.

Mestre e Doutora pela FSP-USP. Psicóloga Hospitalar pelo HC-FMUSP

Professora Associada na UNIFESP - BS

Docente do Programa de Pós-graduação Ensino em Ciências da Saúde – Modalidade Profissional e Programa Interdisciplinar em Ciências da Saúde da UNIFESP.

Coordenadora do NIEPSS - Núcleo de Investigação e Ensino em Psicanálise, Saúde e Sociedade

Referências

ALVES, C. G. L.; MARTINEZ, M. R. Lacunas entre a formação do nutricionista e o perfil de competências para atuação no Sistema Único de Saúde (SUS). Interface, Botucatu, v. 20, n. 56, p. 159-169, mar. 2016.
ALVES, E.; ROSSI, C. E.; VASCONCELOS, F. A. G. Nutricionistas egressos da Universidade Federal de Santa Catarina: áreas de atuação, distribuição geográfica, índices de pós-graduação e de filiação aos órgãos de classe. Revista de Nutrição, Campinas, v. 16, n. 3, p. 295-304, set. 2003.
ARRUDA, B. K. G.; ARRUDA, I. K. G. Marcos referenciais da trajetória das políticas de alimentação e nutrição no Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 7, n. 3, p. 319-326, set. 2007.
BADUY, R. S. et al. A regulação assistencial e a produção do cuidado: um arranjo potente para qualificar a atenção. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, n. 2, p. 295-304, fev. 2011.
BAGGIO, M. A.; CALLEGARO, G. D.; ERDMANN, A. L. Compreendendo as dimensões de cuidado em uma unidade de emergência hospitalar. Revista Brasileira de Enfermagem, Florianópolis, v. 62, n.3, p.381-386, set-out. 2009.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edição 70, 2011.
BOOG, M. C. F. Atuação do nutricionista em saúde pública na promoção da alimentação saudável. Revista Ciência & Saúde. Porto Alegre, v.1, n.1, p. 33-42, jan-jun 2008.
BORELLI, M. et al. A inserção do nutricionista na Atenção Básica: uma proposta para o matriciamento da atenção nutricional. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 9, p. 2765-2778, set. 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão. IBGE Cidades e Estados. Censo Demográfico [informação omitida para não identificação da autoria] (SP), 2010. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/populacao/9662-censo-demografico-2010.html. Acesso em: 20 out 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Resolução CFN n° 600/2018. Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, indica parâmetros numéricos mínimos de referência, por área de atuação, para a efetividade dos serviços prestados à sociedade e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, abr. 2018.
CAMOSSA, A. C. A.; TELAROLLI JUNIOR, R.; MACHADO, M. L. T. O fazer teórico-prático do nutricionista na estratégia saúde da família: representações sociais dos profissionais das equipes. Revista de Nutrição, Campinas, v. 25, n. 1, p. 89-106, fev. 2012.
CANELLA, D. S.; SILVA, A. C. F.; JAIME, P. C. Produção científica sobre nutrição no âmbito da Atenção Primária à Saúde no Brasil: uma revisão de literatura. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 297-308, fev. 2013.
CASTRO, M. R. P. et al. Educação permanente em alimentação e nutrição: a contribuição de redes colaborativas. Em Rede - Revista de Educação à Distância, v. 4, n. 1, p. 191-202, out. 2017. Disponível em: https://www.aunirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/view/179. Acesso em: 20 out. 2020.
CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. Mudança na graduação das profissões de saúde sob o eixo da integralidade. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 5, p. 1400-1410, out. 2004.
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. O nutricionista e as políticas públicas: Contribuições do Conselho Federal de Nutricionistas para a discussão sobre a atuação do nutricionista e políticas públicas. RASBRAN – Revista da Associação Brasileira de Nutrição, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 86-88, 2013.
COUTINHO, J. G.; GENTIL, P. C.; TORAL, N. A desnutrição e obesidade no Brasil: o enfrentamento com base na agenda única da nutrição. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, supl. 2, p. s332-s340, 2008.
DESLANDES, S. F. Análise do discurso oficial sobre a humanização da assistência hospitalar. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 7-14, 2004.
ERDMANN, A. L et al. A atenção secundária em saúde: melhores práticas na rede de serviços. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 21, n. spe, p. 131-139, fev. 2013.
FERREIRA, V. A.; MAGALHÃES, R. Nutrição e promoção da saúde: perspectivas atuais. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 7, p. 1674-1681, jul. 2007.
FEUERWERKER, L. C. M. A cadeia do cuidado em saúde. In: MARINS, João José Neves; REGO, Sérgio (organizadores). Educação Médica: gestão, cuidado e avaliação. Rio de Janeiro e São Paulo: ABEM-Hucitec, 2011, p. 99-113.
FITTIPALDI, A. L. M.; BARROS, D. C.; ROMANO, V. F. Apoio Matricial nas ações de Alimentação e Nutrição: visão dos profissionais da Estratégia Saúde da Família. Physis, Rio de Janeiro, v. 27, n. 3, p. 793-811, jul. 2017.
FRACOLLI, L. A. et al. Conceito e prática da integralidade na Atenção Básica: a percepção das enfermeiras. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 45, n. 5, p. 1135-1141, out. 2011.
GABRIEL, C. G. et al. Nutritionist’s job market: 80 years of history. Revista de Nutrição, Campinas, v. 32, e180162, 2019.
GAMBARDELLA, A. M. D.; FERREIRA, C. F.; FRUTUOSO, M. F. P. Situação profissional de egressos de um curso de nutrição. Revista de Nutrição, Campinas, v. 13, n. 1, p. 37-40, abr. 2000.
HONÓRIO, A. R. F.; BATISTA, S. H. Percepções e demandas de nutricionistas da alimentação escolar sobre sua formação. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 473-492, ago. 201.
LAPORTE-PINFILDI, A. S. C. et al. Atenção nutricional no pré-natal e no puerpério: percepção dos gestores da Atenção Básica à Saúde. Revista de Nutrição, Campinas, v. 29, n. 1, p. 109-123, fev. 2016.
MARTINS, M. C. A. A alimentação humana e a Enfermagem: em busca de uma dietética compreensiva. Revista de Enfermagem Referência, Coimbra, v. III série, n. 4, p. 143-149, jul. 2011.
MAXIMINO, V. S. et al. Profissionais como produtores de redes: tramas e conexões no cuidado em saúde. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 435-447, jun. 2017.
MEDEIROS, M. A. T.; DIEZ-GARCIA, R. W. Desafios para capacitação no campo da alimentação e nutrição em saúde coletiva: notas preliminares. Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, v. 8, p. 349-354, set. 2013.
MELO, M. C. P.; COELHO, E. A. C. Integralidade e cuidado a grávidas adolescentes na Atenção Básica. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 5, p. 2549-2558, mai. 2011.
MENDONÇA, M. A. et al. A importância da atuação do nutricionista no SUS e PSF. In: SIMPAC, v. 4, n. 1, 2012, Viçosa-Minas Gerais, Anais IV SIMPAC. Minas Gerais: Univiçosa, 2012.
MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F.; GOMES, R. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2009.
MINTZ, S. Comida e Antropologia: uma breve revisão. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 16, n. 47, p. 31-41, 2001
MONTENEGRO, L. C.; PENNA, C. M. M.; BRITO, M. J. M. A integralidade sob a ótica dos profissionais dos Serviços de Saúde de Belo Horizonte. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 44, n. 3, p. 649-656, set. 2010.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Comentário Geral número 12: O direito Humano à Alimentação. Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU. Disponível em: http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/publicacoes/alimentacao-adequada/Comentario%20Geral%20No%2012.pdf/view. Acesso em 20 out. 2020.
PINHEIRO, A. R. O. et al. Percepção de professores e estudante em relação ao perfil de formação de nutricionista em saúde pública. Revista de Nutrição, Campinas, v. 25, n. 5, p. 632-643, out. 2012.
RECINE, E. et al. A formação em saúde pública nos cursos de graduação de nutrição no Brasil. Revista de Nutrição, Campinas, v. 25, n. 1, p. 21-33, fev. 2012.
RECINE, E. Consenso sobre habilidades e competências do nutricionista no âmbito da saúde coletiva. Brasília: Observatório de Políticas de Segurança e Nutrição, 2013.
RICARDI, L. M.; SOUSA, M. F. Educação permanente em alimentação e nutrição na Estratégia Saúde da Família: encontros e desencontros em municípios brasileiros de grande porte. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 209-218, jan. 2015.
RIGON, S. A.; SCHMIDT, S. T.; BOGUS, C. M. Desafios da nutrição no Sistema Único de Saúde para construção da interface entre a saúde e a segurança alimentar e nutricional. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 32, n. 3, e00164514, 2016.
SAAR, S. R. C.; TREVIZAN, M. A. Papéis profissionais de uma equipe de saúde: visão de seus integrantes. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 15, n. 1, p. 106-112, fev. 2007.
SANTOS, A. C. A inserção do nutricionista na estratégia da saúde da família: o olhar de diferentes trabalhadores de saúde. Família, Saúde e Desenvolvimento, v. 7, p. 257-265, dez. 2005.
SILVA, K. L.; SENA, R. R. A formação do enfermeiro: construindo a integralidade do cuidado. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 59, n. 4, p. 488-491, ago. 2006.
SPINA, N. et al. Nutricionistas na atenção primária no município de Santos: atuação e gestão da atenção nutricional. Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, v. 13, n. 1, p. 117-134, mai. 2018.
VASCONCELOS, F. A. G. Um perfil do nutricionista em Florianópolis – Santa Catarina. Revista Ciência e Saúde, v. 10, n.1 / 2, p. 73-86, 1991.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##


Como Citar

LEMOS LOPES DE CICCO, V.; ZIHLMANN, K. F. . CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DOS NUTRICIONISTAS SOBRE CUIDADO EM SAÚDE: desafios da construção de um trabalho em rede. Revista Brasileira de Pós-Graduação, [S. l.], v. 17, n. 37, p. 1–20, 2021. DOI: 10.21713/rbpg.v17i37.1780. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/1780. Acesso em: 21 dez. 2024.

Seção

Estudos

Publicado:

jul. 29, 2021
Palavras-chave:

Nutritionists. Health Promotion. Comprehensive Health Care. Health Education Nutricionistas. Promoción de la Salud. Atención Integral de Salud. Educación en Salud Nutricionistas. Promoção da saúde. Assistência Integral à Saúde. Educação em Saúde