Mulheres docentes na pós-graduação

##plugins.themes.bootstrap3.article.sidebar##

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo analisar as vivências das professoras mulheres nos programas de pós-graduação de uma universidade do interior do Rio Grande do Sul. O problema que guiou esta pesquisa pode ser formulado da seguinte maneira: no tocante à docência na pós-graduação desta universidade, quais são os desafios para as mulheres em relação ao acesso e à permanência? A pesquisa justifica-se a partir da constatação de que dos 152 docentes cadastrados em Programas de Pós-Graduação desta universidade, apenas 59 são mulheres. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de questionários, visto que se trata de uma técnica adequada quando pretende-se reconhecer a percepção dos pesquisados sobre o assunto em questão. Pode-se concluir que as sobrecargas de demandas somadas às tarefas domésticas e familiares são as principais dificuldades de acesso e permanência. Apesar destas dificuldades, as docentes relatam satisfação na relação com os estudantes, no exercício de cargos de gestão e no processo de internacionalização do curso. Em relação à preponderância masculina nos programas, constatam que os homens possuem melhor currículo, em função de não possuírem sobrecarga de trabalho doméstico e familiar, ainda que algumas das entrevistadas tenham relatado não saber o motivo.

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Autores
Biografia
Patricia Ketzer, universidade de passo fundo

Patricia Ketzer, licenciada e mestre em Filosofia pela UFSM, doutora em filosofia pela PUCRS, especialista em Ciências Sociais pela UPF, professora adjunta da UPF, pesquisadora na área de Gênero, Epistemologia Feminista e Injustiças Epistêmicas.

Luciane Maldaner

LUCIANE MALDANER
Doutoranda em Educação pela Universidade de Passo Fundo (UPF)
prof.lucianemaldaner@gmail.com

silvana ribeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

SILVANA RIBEIRO
Doutoranda em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS). Professora no curso de Psicologia - Atitus Educação. Assistente social e integrante do projeto Ocupar: Mulheres, terra e luta.

Referências

ALMEIDA, C.; COSTA, D. ONU mulheres: Mantidas as condições atuais, levará
80 anos para alcançar a igualdade de gênero’. Agência Patricia Galvão, 2016. Disponível em: http://agenciapatriciagalvao.org.br/trabalho_/onu-mulheres-mantidas-as-condicoes- atuais-levara-80-anos-para-alcancar-a-igualdade-de-genero/. Acessado em: 10 dez. 2021.

ALVES, Z. M. M. B. Continuidades e rupturas no papel da mulher brasileira no século XX. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 16, n. 3, set./dez., p. 233-239, 2000.

BARROS, S. C. V.; MOURÃO, L. Panorama da participação feminina na educação superior, no mercado de trabalho e na sociedade. Psicologia e Sociedade, v. 30, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/psoc/v30/1807-0310-psoc-30-e174090.pdf. Acesso em: 04 dez. 2021.

BACKES, V. F.; THOMAZ, J. R.; SILVA, F. F. Mulheres docentes no ensino superior: problematizando questões de gênero na Universidade Federal Do Pampa. Cad. Ed. Tec. Soc., Inhumas, v. 9, n. 2, p. 166-181, 2016. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/277416788.pdf. Acesso em: 04 dez. 2021.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BIROLI, Flávia. O público e o privado. In: MIGUEL, L. F; BIROLI, F. (orgs.). Feminismo e Política: Uma Introdução. São Paulo: Boitempo, p. 21-30, 2014.

CARNEIRO, L.; SARAIVA, A. IBGE: mulheres têm mais acesso ao ensino superior, mas ainda são minoria em áreas como Engenharia e TI. 2021. Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/03/04/ibge-mulheres-tem-mais-acesso-ao-ensino-superior-mas-ainda-sao-minoria-em-areas-como-engenharia-e-ti.ghtml. Acesso em: 25 abr. 2022.

CARVALHO, M. E. P. Relações entre família e escola e suas implicações de gênero. Cadernos de Pesquisa, n. 110, p. 143-155, julho, 2000.

FEDERICI, S. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. Tradução Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2019.

FERREIRA, L. Menos de 3% entre docentes da pós-graduação, doutoras negras desafiam racismo na academia. Gênero e Número, 2018. Disponível em: https://www.generonumero.media/reportagens/menos-de-3-entre-docentes-doutoras-negras-desafiam-racismo-na-academia/#:~:text=Mulheres%20pretas%20com%20doutorado%2C%20como,3%25%20do%20total%20de%20docentes%202018. Acesso em: 22 abr. 2023.

FREIRE, P. Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

HIRATA, H.; KERGOAT, D. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Tradução de Fátima Murad. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, set./dez., p. 595-609, 2007.

HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.

INEP. Censo da educação superior: 2012 – resumo técnico. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/resumo_tecnico/resumo_tecnico_cens o_educacao_superior_2011.pdf. Acesso em: 22 abr. 2023

SCHIENBINGER, L. O feminismo mudou a ciência? Bauru, SP: Edusc, 2001.

ONU MULHERES. Sobre a ONU Mulheres. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/onu- mulheres/sobre-a-onu-mulheres/. Acesso em: 04 dez. 2021.

SMITH, D. The everyday world as problematic: a feminist sociology. Toronto: University of Toronto Press, 1987.

SOUSA, L. P.; GUEDES, D. R. A desigual divisão sexual do trabalho: um olhar sobre a última década. Estudos Avançados. São Paulo, v. 30, n. 87, p. 123-139, 2016.

SOUTO, B. L. A dicotômica relação de prazer e sofrimento no trabalho do docente de pós-graduação em uma universidade pública. 2013. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/10320?locale-attribute=es. Acesso em: 04 dez. 2021.

VIANNA, C. P. O sexo e o gênero da docência. Cadernos Pagu, n. 2, p. 81-103, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/cpa/n17-18/n17a03.pdf. Acesso em: 05 dez. 2021.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##


Como Citar

KETZER, P. .; MALDANER, L.; RIBEIRO, silvana. Mulheres docentes na pós-graduação : . Revista Brasileira de Pós-Graduação, [S. l.], v. 18, n. especial, p. 1–22, 2023. DOI: 10.21713/rbpg.v18iespecial.1885. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/1885. Acesso em: 3 jul. 2024.

Seção

Dossiê Temático

Publicado:

set. 13, 2023
Palavras-chave:

Docência, Mulheres, Pós-Graduação, Vivências, Divisão sexual do trabalho Docencia; Mujeres; Posgraduación; Experiencias; División sexual del trabajo. Teaching; Women; Postgraduate studies; Experiences; Sexual Division of Labor.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.