Desigualdade de gênero na ciência uma realidade nas engenharias

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Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as desigualdades de gênero no campo da pesquisa da área das Engenharias. A pesquisa caracteriza-se como exploratória e quali-quantitativa, com coleta de dados primários e secundários. A coleta de dados primários foi realizada por meio de consulta aos portais eletrônicos oficiais das Universidades Federais de Ensino Superior, com o propósito de traçar o panorama atual do número de docentes, por gênero, dos cursos de pós-graduação stricto sensu das engenharias destas instituições do Brasil. O resultado da pesquisa ratificou as estatísticas gerais ou dados secundários, no tocante às desigualdades de gênero neste campo. Os resultados apontam que no âmbito acadêmico das engenharias predominam os docentes do sexo masculino. No período analisado, as docentes representaram somente um quinto dos cientistas, enquanto as coordenadoras de cursos são apenas 18% do total. Desse modo, o fato das mulheres ocuparem menor espaço de destaque na área acadêmica é muito relevante, pois reflete as desigualdades de gênero, significando, sobretudo, que um número reduzido de mulheres conseguiu usufruir de uma oportunidade sociocultural e profissional na academia.

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Autores
  • Napiê Galvê Araújo Silva
  • Leonel Ritchie de Souza Moura
  • Talita de Oliveira e Souza
Biografia
Referências

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Como Citar

GALVÊ ARAÚJO SILVA, N.; DE SOUZA MOURA, L. R.; DE OLIVEIRA E SOUZA, T. Desigualdade de gênero na ciência: uma realidade nas engenharias. Revista Brasileira de Pós-Graduação, [S. l.], v. 18, n. especial, p. 1–21, 2023. DOI: 10.21713/rbpg.v18iespecial.1917. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/1917. Acesso em: 3 jul. 2024.

Seção

Dossiê Temático

Publicado:

set. 13, 2023
Palavras-chave:

Desigualdade de gênero, Docentes, Engenharia, Pesquisa, Universidades Federais de Ensino Superior

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